O mês de julho foi escolhido como o mês para a conscientização sobre hepatites virais. Você sabia que hepatite pode ser grave e que existe prevenção?
A hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.
As hepatites virais são inflamações causadas por vírus que são classificados por letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E. No Brasil, a incidência de hepatites é elevada, sendo que o país registrou 40.198 casos novos de hepatites virais somente em 2017, atingindo todas as idades. O Boletim Epidemiológico 2018 do Ministério da Saúde informa que os casos da doença mais que dobraram em homens de 20 a 39 anos.
A inflamação no fígado causada pelo vírus da hepatite A pode provocar febre, perda de apetite, cansaço, dor na barriga, enjoo, vômito e pele ou olhos amarelados (icterícia), mas em menores de 5 anos a doença pode ser assintomática. Mas todos os infectados transmitem o vírus por muito tempo, e sua eliminação pelas fezes pode contaminar objetos, água, alimentos e infectar outras pessoas. Embora a maioria dos casos seja curável, existe o risco de hepatite fulminante, muitas vezes sendo necessário um transplante de fígado de urgência.
Água e alimentos contaminados são a principal fonte de transmissão do vírus da hepatite A, que também é transmitido nas relações sexuais.
O vírus da hepatite B também causa inflamação no fígado, que na maioria das vezes é assintomática e será descoberta mais tarde apenas quando surgirem as complicações. Quando é sintomática, costuma causar dores musculares e de barriga, diarreia, vômitos, cansaço, perda de apetite e pele ou olhos amarelados (icterícia). Algumas pessoas tornam-se portadoras crônicas do vírus da hepatite B, e, nesses casos, além de poderem transmitir a doença, a inflamação do fígado pode evoluir para formas graves de doença hepática, como cirrose e câncer.
O vírus é encontrado em líquidos corporais, como o sangue, a saliva e as secreções. As formas mais comuns de contágio das hepatites B e C são: relação sexual sem proteção, compartilhamento de objetos contaminados por sangue (como em procedimentos dentários e médicos, na manicure ou podólogo, na realização de tatuagens ou colocações de piercings), no compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas. A transmissão também pode acontecer da mãe para seu bebê durante a gestação, no momento do parto ou pela amamentação.
– Usar preservativo em todas as relações sexuais, de todos os tipos;
– Exigir materiais esterilizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem e de piercings;
– Não compartilhar instrumentos de manicure e pedicure;
– Não usar lâminas de barbear ou de depilar de outras pessoas;
– Não compartilhar agulhas, seringas e equipamentos para drogas inaladas e pipadas;
– Cuidados com alimentos e águas contaminados;
– A vacinação é a medida mais efetiva de proteção. Confira as vacinas existentes:
Está indicada para todas as pessoas a partir de 1 ano de idade. O esquema completo é de duas doses. O sistema público oferece uma dose para os bebês de 1 ano, então para completar o esquema a segunda dose pode ser feita em clínica particular.
Mas atenção, adolescentes e adultos também devem vacinar-se contra a hepatite A, pois o risco de hepatite fulminante é maior em adultos do que em crianças. Nos últimos 3 anos tem ocorrido surtos de hepatite A entre adultos, em alguns estados do Brasil.
Está indicada para todas as pessoas de qualquer idade a partir do nascimento, em esquema de 3 doses. Os bebês e crianças já tem esta vacina incluída há alguns anos no calendário infantil.
Mas é muito importante que adultos e idosos tenham a sua caderneta revisada e apliquem a vacina se nunca foi aplicada. Está disponível para todos tanto na rede pública quanto na rede privada.
Esta vacina reúne, na mesma injeção, a proteção contra as hepatites A e B, sendo indicada em esquema de 3 doses a partir de 1 ano de idade, e também para adolescentes, adultos e idosos que ainda não tem proteção contra as hepatites. Disponível apenas nas clínicas privadas de vacinação.
As vacinas contra hepatite são seguras e muito efetivas. Portanto, se você ainda não aplicou, este é o momento de procurar um profissional habilitado para te indicar a melhor estratégia de imunização.
Luciana Weidlich
Farmacêutica Doutora em Bioquímica
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