Gripe

Previna gripes e outras doenças respiratórias no inverno

25 de junho de 2025

Todo ano a história se repete: já no início do outono observamos o aumento dos casos de doenças respiratórias. Neste ano, já em abril, observou-se uma forte tendência de aumento de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que se confirmou, e agora em junho temos um cenário de alto número de hospitalizações e óbitos.

No Brasil, até o momento, foram registradas 103108 hospitalizações por SRAG. A síndrome respiratória grave pode ser causada por diferentes vírus. Deste total de casos, nas últimas 4 semanas, tivemos a seguinte distribuição:

Card informativo 40% vírus Influenza 43% vírus sincicial respiratório (VSR) 15% rinovírus 2% Sars-CoV-2 (causador da COVID-19)

Entenda quais vírus estão em circulação, quem corre mais risco e por que a baixa cobertura vacinal tem agravado o cenário

O Rio Grande do Sul costuma ser um dos estados com maior índice de doenças respiratórias virais. Até o momento, foram quase 8 mil internações hospitalares por SRAG. Lembrando que este dado corresponde somente aos pacientes internados, ou seja, mais graves. Não existe estatística para casos ambulatoriais, portanto, podemos considerar que um número muito maior de pessoas infectadas com estes vírus neste período, pois vemos em nosso dia a dia inúmeros relatos de testes positivos, principalmente para Influenza.

Fotografia ilustrativa - pessoa gripada Gripes e outras doenças respiratórias no inverno

Além dos vírus causadores de SRAG, existe uma bactéria muito presente em casos de infecções respiratórias: o pneumococo. É a maior causa de pneumonias comunitárias, sendo o causador também de casos de otite, sinusite e meningite, em pessoas de todas as idades.

A coqueluche é outra doença respiratória que tem ocorrido em surtos, nos últimos anos, no Brasil e no mundo. É especialmente grave para os bebês nos primeiros meses de vida, por isso a proteção de toda a família é importante quando um bebê está por nascer.

Por falar neles, bebês, crianças pequenas, idosos e pessoas com comorbidades ou imunossupressão têm risco maior de desenvolver casos graves ao se infectar com qualquer um dos microrganismos causadores de infecções respiratórias.

Você sabia que todas estas doenças citadas acima (exceto uma) são preveníveis por vacina?

Existem vacinas para Influenza, VSR e Sars-CoV-2 e pneumococo. No entanto, embora a vacinação contra Influenza e Sars-CoV-2 seja amplamente acessível a grande parte da população, as coberturas vacinais geralmente são baixíssimas, o que favorece a alta circulação viral e torna difícil o controle destas doenças.

A vacinação é, sem dúvida, a única forma efetiva de prevenção destas doenças em larga escala, chegando a níveis como 80 a 90% de proteção contra casos graves, hospitalização e morte. Somente a vacinação de grande parte da população é capaz de controlar surtos como o que estamos vivendo atualmente.

Como exemplo da importância da vacinação nas doenças respiratórias graves, podemos citar os casos de Influenza deste ano no Rio Grande do Sul: ocorreram 1918 casos de internações e 226 óbitos por Influenza em 2025, até o momento. Destes óbitos, 88% das pessoas não estavam vacinadas. Ou seja, podemos supor que a grande maioria de mortes por Influenza que ocorreram neste ano poderiam ter sido prevenidas por vacinação.

Fotografia ilustrativa - pessoa gripada vacina de doenças de inverno

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Indicações das vacinas

Vacina Influenza

– Indicada para todas as idades a partir dos 6 meses;

– vacina inativada, sem risco de causar gripe, segura para aplicação em todas as idades, inclusive em pacientes debilitados e em condições de saúde instáveis.

Vacina VSR:

  • Existem dois tipos de vacina contra o VSR: para gestantes e para idosos, pois bebês e idosos são os públicos de risco para casos graves de Bronquiolite;
  • a vacina para as gestantes deve ser aplicada entre as 28 e 36 semanas de gestação, protegendo o bebê contra Bronquiolite por VSR até os 6 meses, aproximadamente;
  • a vacina para os idosos está indicada a partir dos 60 anos.

Anticorpo contra VSR:

  • Indicado para bebês, a partir do nascimento, podendo ser utilizada até os 24 meses de idade em algumas situações;
  • protege o bebê por um tempo aproximado de 6 meses.

Vacinas pneumocócicas:

  • Pneumo 15 e pneumo 20 são vacinas de alta cobertura, protegendo contra os principais tipos causadores de doença invasiva em diferentes idades;
  • indicada para os bebês na vacinação de rotina aos 2, 4 e 6 e 12 meses;
  • indicada como opção de aumento de cobertura de proteção em idades maiores quando o bebê recebeu vacinas de cobertura inferior;
  • indicada para todas as pessoas maiores de 60 anos, pois o risco de Pneumonia aumenta com o envelhecimento;
  • indicada em qualquer idade na presença de comorbidades como: doenças respiratórias, doenças cardíacas, Diabetes, Imunossupressão, doenças reumatológicas, e outras.

Vacinas contra a Coqueluche:

  • DTpa: indicada para a gestante a partir das 20 semanas, com o objetivo de proteger o bebê nas primeiras semanas de vida. Além da gestante, todas as pessoas que irão conviver com o bebê podem ser vacinadas (preferencialmente antes do nascimento) para diminuir o risco de transmissão ao bebê.
  • hexavalente: protege contra 6 doenças, entre elas a coqueluche. Está indicada para os bebês a partir dos 2 meses de idade.

Fotografia ilustrativa de bebê sendo vacinado contra a bronquiolite

Bronquiolite: a doença que preocupa gestantes e pais

A Bronquiolite preocupa muito as famílias que têm bebês. Como estamos em alta temporada de circulação do vírus VSR, convidamos a Dra. Natália Brod Portella, Médica Pediatra Neonatologista, para trazer alguns cuidados importantes, além da vacinação:

  • Evitar aglomerações e contato com pessoas gripadas;
  • Higienizar bem as mãos antes de tocar no bebê e evitar visitas especialmente nessa época de alta circulação de vírus respiratórios;
  • Manter o aleitamento materno;
  • Ventilar os ambientes;
  • Usar medidas de barreira, como máscara em adultos com sintomas.

“Além disso, hoje temos novas ferramentas de proteção: o imunizante Abrysvo, feito nas gestantes, e o anticorpo monoclonal Nirsevimabe”, aconselha. O Nirsevimabe é um anticorpo monoclonal que oferece proteção específica contra o VSR, principal causador da bronquiolite. “A recomendação atual é para aplicação em bebês até um ano sem comorbidades e até dois anos com comorbidades, preferencialmente antes do início da sazonalidade do VSR. Ele pode ser aplicado desde recém-nascido e sua proteção dura por seis meses. É uma grande conquista na prevenção de formas graves da doença”, diz.

Conforme a especialista, vacinar é um ato de amor e responsabilidade. “Além de serem seguras, as vacinas protegem contra doenças que podem ser graves e até fatais. Manter a Caderneta de Vacinação em dia é garantir uma infância mais saudável e tranquila. Vale a máxima: É melhor prevenir do que remediar!”, pontua Natália.

Referências:

💉 https://agencia.fiocruz.br/infogripe-casos-de-srag-seguem-em-crescimento-em-parte-do-pais, acesso em 20/06/2025.
💉 https://ti.saude.rs.gov.br/srag/, acesso em 20/06/2025.

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