Todo ano a história se repete: já no início do outono observamos o aumento dos casos de doenças respiratórias. Neste ano, já em abril, observou-se uma forte tendência de aumento de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que se confirmou, e agora em junho temos um cenário de alto número de hospitalizações e óbitos.
No Brasil, até o momento, foram registradas 103108 hospitalizações por SRAG. A síndrome respiratória grave pode ser causada por diferentes vírus. Deste total de casos, nas últimas 4 semanas, tivemos a seguinte distribuição:
O Rio Grande do Sul costuma ser um dos estados com maior índice de doenças respiratórias virais. Até o momento, foram quase 8 mil internações hospitalares por SRAG. Lembrando que este dado corresponde somente aos pacientes internados, ou seja, mais graves. Não existe estatística para casos ambulatoriais, portanto, podemos considerar que um número muito maior de pessoas infectadas com estes vírus neste período, pois vemos em nosso dia a dia inúmeros relatos de testes positivos, principalmente para Influenza.
Além dos vírus causadores de SRAG, existe uma bactéria muito presente em casos de infecções respiratórias: o pneumococo. É a maior causa de pneumonias comunitárias, sendo o causador também de casos de otite, sinusite e meningite, em pessoas de todas as idades.
A coqueluche é outra doença respiratória que tem ocorrido em surtos, nos últimos anos, no Brasil e no mundo. É especialmente grave para os bebês nos primeiros meses de vida, por isso a proteção de toda a família é importante quando um bebê está por nascer.
Por falar neles, bebês, crianças pequenas, idosos e pessoas com comorbidades ou imunossupressão têm risco maior de desenvolver casos graves ao se infectar com qualquer um dos microrganismos causadores de infecções respiratórias.
Existem vacinas para Influenza, VSR e Sars-CoV-2 e pneumococo. No entanto, embora a vacinação contra Influenza e Sars-CoV-2 seja amplamente acessível a grande parte da população, as coberturas vacinais geralmente são baixíssimas, o que favorece a alta circulação viral e torna difícil o controle destas doenças.
A vacinação é, sem dúvida, a única forma efetiva de prevenção destas doenças em larga escala, chegando a níveis como 80 a 90% de proteção contra casos graves, hospitalização e morte. Somente a vacinação de grande parte da população é capaz de controlar surtos como o que estamos vivendo atualmente.
Como exemplo da importância da vacinação nas doenças respiratórias graves, podemos citar os casos de Influenza deste ano no Rio Grande do Sul: ocorreram 1918 casos de internações e 226 óbitos por Influenza em 2025, até o momento. Destes óbitos, 88% das pessoas não estavam vacinadas. Ou seja, podemos supor que a grande maioria de mortes por Influenza que ocorreram neste ano poderiam ter sido prevenidas por vacinação.
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– Indicada para todas as idades a partir dos 6 meses;
– vacina inativada, sem risco de causar gripe, segura para aplicação em todas as idades, inclusive em pacientes debilitados e em condições de saúde instáveis.
A Bronquiolite preocupa muito as famílias que têm bebês. Como estamos em alta temporada de circulação do vírus VSR, convidamos a Dra. Natália Brod Portella, Médica Pediatra Neonatologista, para trazer alguns cuidados importantes, além da vacinação:
“Além disso, hoje temos novas ferramentas de proteção: o imunizante Abrysvo, feito nas gestantes, e o anticorpo monoclonal Nirsevimabe”, aconselha. O Nirsevimabe é um anticorpo monoclonal que oferece proteção específica contra o VSR, principal causador da bronquiolite. “A recomendação atual é para aplicação em bebês até um ano sem comorbidades e até dois anos com comorbidades, preferencialmente antes do início da sazonalidade do VSR. Ele pode ser aplicado desde recém-nascido e sua proteção dura por seis meses. É uma grande conquista na prevenção de formas graves da doença”, diz.
Conforme a especialista, vacinar é um ato de amor e responsabilidade. “Além de serem seguras, as vacinas protegem contra doenças que podem ser graves e até fatais. Manter a Caderneta de Vacinação em dia é garantir uma infância mais saudável e tranquila. Vale a máxima: É melhor prevenir do que remediar!”, pontua Natália.
💉 https://agencia.fiocruz.br/infogripe-casos-de-srag-seguem-em-crescimento-em-parte-do-pais, acesso em 20/06/2025.
💉 https://ti.saude.rs.gov.br/srag/, acesso em 20/06/2025.